Atualmente, uma das palavras de ordem em condomínios é a convivência entre os distintos grupos de pessoas.
Afinal, num mesmo espaço convivem pessoas com historias, ideias e idades diferentes.
Por se tratar de um grupo de pessoas mais ativos e sociáveis, os adolescentes vem sendo alvo de reclamações e motivo de desentendimentos em condomínios tanto quanto as crianças.
Para lidar com este público, é preciso paciência e criatividade.
Entendendo o problema: abrindo o diálogo
Adolescentes são, em geral, pessoas dinâmicas e com muita energia, que gostam de se reunir em grupo.
Por isso, é interessante que o condomínio pense em reservar espaços para convívio entre jovens.
Em muitos condomínios presenciamos problemas com jovens e, de acordo com nossa experiência, sem um diálogo, os problemas não se solucionam em definitivo, tornando-se recorrente.
O envio de comunicados e a aplicação de multas em caso de incômodos causados por adolescentes são medidas que costumam resolver o problema apenas temporariamente.
Estas ações também são importantes, mas não funcionam se não for compreendida a raiz do problema.
Geralmente, o problema tem muito mais a ver com a ausência de espaços e atividades para os jovens dentro do condomínio, além de regras pouco claras ou inexistentes em relação ao convívio e uso das áreas comuns.
Repensando a convivência
Muitos condomínios novos já são entregues com espaços como salões de festa e jogos, garage band (área reservada para ouvir e/ou tocar música), pista de skate e até mesmo salas de estudos.
A maioria dos condomínios não possuem este conceito, mas é possível aproveitar alguns espaços e estabelecer regras de uso para estes locais, de forma que os jovens possam se entreter sem incomodar os demais condôminos.
O ideal é que o síndico convoque uma reunião com pais e adolescentes para conversar, de modo a ouvir às demandas e necessidades e procurar soluções.
Buscar atividades como aulas e torneios pode ser uma boa ideia!
Criação de campeonatos de futebol nas quadras, aulas de artes marciais, dança, inglês, etc. ajudam a evitar que os jovens fiquem em locais pouco convenientes e os mantém entretidos.
Nesta reunião, a administração, pais e filhos podem pensar em:
- Entrar num consenso quanto ao lugar adequado para o convívio dos jovens;
- Avaliar viabilidade de implantação de ações ou melhorias direcionadas ao público jovem;
- Estabelecer regras quanto ao uso dos espaços.
O síndico deve estar preparado para lidar com a questão sem ser intransigente.
Deve-se evitar ser radical, mas ao mesmo tempo, ser firme quanto ao estabelecimento e cumprimento das regras.
Regras devem ser claras, penalidades devem ser aplicadas com bom senso
É importante que seja decidido em assembleia as regras para regulamentar o uso dos espaços e as punições caso elas sejam descumpridas.
Tanto os horários quanto o que pode ou que não pode fazer devem ser informados com muita clareza, seja no ato da assembleia ou através de informativos colocados nos próprios espaços de convivência.
Caso haja a ocorrência de alguma infração por um adolescente, deve-se utilizar do bom senso antes de aplicar multas ou advertências.
Infrações menos graves podem ser resolvidas com diálogo junto aos pais.
Uma ideia que pode ser proposta, também, é o uso de penalidades alternativas.
Por exemplo, quando uma irregularidade é cometida por um adolescente, antes de aplicar multa ou advertência, o síndico pode chamar o pai do infrator, informar o ocorrido e propor que seja aplicada uma pena alternativa.
Geralmente, as penas alternativas são associadas a serviços voluntários ao condomínio.
Pode ser proposto que o adolescente faça a separação de cartas do condomínio, ajude na realização de uma pesquisa com moradores, participe de uma ação de divulgação da coleta de lixo no condomínio, etc.
A flexibilização das penalidade ajuda a diminuir conflitos entre condôminos e administração, além de ter um efeito educativo ao adolescente que cometeu a infração, ajudando a evitar reincidência.
Representatividade
Os jovens sempre desejam ser ouvidos, por isso, em condomínios em que a quantidade de adolescentes é muito grande, é interessante buscar um representante deste público.
Esta pessoa, que pode ser um adulto ou um jovem mesmo, representará o interesse dos jovens do condomínio, participando de reuniões de conselho e levando as demandas para que sejam analisadas e implementadas pela administração.
Também pode auxiliar a resolver problemas com outros adolescentes mais problemáticos por ter uma relação mais estreita com os mesmos e ajudar tanto a informar sobre as regras quanto a fazer com que sejam cumpridas.
Resultados
- Cria-se uma consciência sobre o respeito a liberdade dos demais condôminos;
- Melhora o convívio e a cordialidade tanto entre adolescentes como com seus pais e demais moradores;
- Diminuição de conflitos;
- Facilita a gestão do síndico e administração em geral.
Este conteúdo é produzido e distribuído com exclusividade pela Inova Administradora de Condomínios LTDA.
